Detentos plantam árvores para ajudar na recuperação deles e da natureza

Detentos plantam árvores para ajudar na recuperação deles e da natureza

Iniciativa do “Replantando Vida” alia ressocialização de detentos e recuperação da Mata Atlântica, com resultados que impressionam

Há dois anos, a Cedae inaugurava um viveiro florestal dentro da Penitenciária Luis Fernandes Bandeira Duarte, em Resende (RJ), como parte do programa Replantando Vida. Desde então, o projeto só cresceu: já produziu mais de 4,5 milhões de mudas e reduziu a reincidência criminal. Enquanto a taxa média de reincidência no Brasil é de 40%, entre os participantes do projeto o índice caiu para 20%.

Um Modelo que Deu Certo

O viveiro de Resende, inaugurado em 2023, foi o sétimo da Cedae e o segundo dentro de um presídio, seguindo o exemplo bem-sucedido da unidade de Magé (2014). Com capacidade para 200 mil mudas por ano, a iniciativa fortalece o Programa de Restauração Florestal do Corredor Tinguá-Bocaina, lançado no dia 7 de junho 2023 pela Cedae, em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) e a ONG The Nature Conservancy (TNC).

Além do cultivo, os apenados trabalham em bases florestais, ajudando no reflorestamento de áreas degradadas.

Capacitação e Oportunidades para os Detentos

Os participantes recebem treinamento em restauração ecológica, aprendendo desde o cultivo de mudas até técnicas de manejo sustentável. A parceria com a Fundação Santa Cabrini, responsável por gerenciar o trabalho prisional no Estado do Rio de Janeiro, garante qualificação profissional através de cursos de capacitação em restauração florestal, ministrado por profissionais da Companhia e especialistas na área ambiental.

 

Os detentos aprendem a cultivar e plantar mudas de espécies florestais nativas. - Foto: CEDAE
Os detentos aprendem a cultivar e plantar mudas de espécies florestais nativas. – Foto: CEDAE

 

“As atividades do programa possibilitam mudanças significativas na vida dessas pessoas. Elas passam a ter uma rotina produtiva, respeitando regras e horários, aumentam a autoestima, aprendem a trabalhar em grupo, exercem a paciência nos trabalhos manuais, desenvolvem responsabilidades e melhoram as perspectivas pós-cárcere”, diz Alcione Duarte, coordenadora do programa.

Desafios e Futuro do Projeto

Apesar do sucesso, ainda há obstáculos, como a expansão para mais presídios e a garantia de emprego pós-cárcere. A Cedae busca parcerias para ampliar o projeto e transformá-lo em política pública permanente.

“O Replantando Vida é motivo de muito orgulho devido ao seu potencial de unir diversos atores em prol da restauração de ecossistemas e da transformação social”, afirma Aguinaldo Ballon, diretor-presidente da Cedae.

 

(DA REDAÇÃO \\ Beatriz Fontoura)

(INF.\FONTE: Diário do Vale | Portal Só Notícia Boa)

(FT.\CRÉD.: Leo Ripamonti \\ Divulgação)